Entendendo o Climatério... Cientificamente falando...

23/03/2015 19:42

    

    A menopausa marca o início de uma etapa do ciclo de vida da mulher e ocorre em média entre 45 e 55 anos e, atualmente, a expectativa de vida da mulher situa-se ao redor dos 70 anos, significa que há ainda muito tempo de vida útil para ser usufruído após a menopausa.

Segundo a Sociedade Brasileira de Climatério - SOBRAC (2004) o climatério é uma endocrinopatia caracterizada por alterações funcionais, morfológicas e hormonais, e o divide em três fases: a fase pré-menopausal (final do menacme ao momento da menopausa); a fase perimenopausal (período de 2 anos que precede e sucede a menopausa); e a fase pós-menopausal (inicia 2 anos após a menopausa e finda na senectude).

    A pré-menopausa inicia a transição menopausal e é uma condição clínica caracterizada por amenorréia com 3 meses de duração, em mulheres com mais de 45 anos de idade, sem alteração da regularidade dos ciclos anteriores. Enquanto a perimenopausa é uma condição clínica, particularizada por amenorréia com 3 a 11 meses de duração em mulheres com mais de 45 anos de idade. Tanto a pré-menopausa como a perimenopausa são frequentemente marcadas pelos fenômenos vasomotores (ondas de calor e sudorese) que são os sintomas agudos da síndrome. Porém, a síndrome do climatério pode se estender além do término do climatério, neste caso recomenda-se utilizar o termo síndrome pós-climatérica. Os sintomas crônicos são encontrados, principalmente, na síndrome pós-climatérica, já em plena pós-menopausa, e decorrem das alterações devidas ao envelhecimento e ao déficit hormonal: atrofia urogenital e tegumentar e aceleração dos fenômenos da osteoporose e aterosclerose.

    As manifestações neurogênicas compreendem os sintomas mais comuns da síndrome climatérica: ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda de memória e fadiga. As ondas de calor podem vir acompanhadas de rubor, sudorese, calafrios, palpitações ou episódios de taquicardia. Consistem em sensação de calor que se irradia da porção superior do tórax para o pescoço e cabeça, acompanhando-se de sudorese profunda. São mais desagradáveis à noite, determinando agitação, insônia e fadiga e durante os episódios há elevação da temperatura cutânea. Sofrem agravamento por uma série de fatores, como, roupa de cama, clima quente ou estresse. Estão associadas a alterações fisiológicas que ocorrem mesmo durante o sono, embora sejam influenciadas pela dinâmica psicológica. 

    O mecanismo das ondas de calor não está completamente definido. Podem aparecer em outras situações clínicas, tais como hipertireoidismo, ingestão de álcool, tumores carcinoides e feocromocitoma, em que as ondas de calor se manifestam em associação com a liberação de adrenalina, bradicinina e histamina. 

    O climatério é, portanto, um processo de mudanças físicas e emocionais para a mulher, que ainda recebe a influência de múltiplos fatores, sua história de vida pessoal e familiar, seu ambiente, cultura, costumes, as particularidades pessoais, psiquismo, dentre outros. 

    Assim sendo, o climatério, afeta cada uma das mulheres de modo diferente, repercutindo nos seus sentimentos e na sua qualidade de vida.